quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Creedence


Amsterdã, manhã de sábado, julho de 1996. A Summerfest bombando. Lá estava eu. Flanar pelas ruas desta cidade é um êxtase. Povo educado, gente de todas as tribos, cidade limpa. Museus, canais, barcos passeando do seu lado, bicicletas, transporte público impecável.

De repente, escutei acordes de guitarra e vi uns jovens, que formavam uma banda de rock, em um palco montado em uma esquina de calçadas amplas, onde começavam a se apinhar pessoas. Sem qualquer dúvida, me aproximei. A Summerfest é assim. Palcos em praças, ruas fechadas, calçadas, muitas pessoas e shows de todos os tipos. Inter-relação maravilhosa de pessoas e culturas.

Tanataratan, tanataratan, tantan. “Proud Mary”, do Creedence Clearwater Revival, foi a primeira música que a banda tocou. Aquele som, para quem teve a juventude embalada por Beatles e Creedence, foi mágico. Inesquecível. Cada vez que escuto “Proud Mary” volto em pensamento a Amsterdã.

Aqui em Joinville, a gente vivia nos anos ao redor de 1970, curtindo os Beatmakers. Os rocks, ao nosso alcance, eram extraídos da guitarra mágica do Bolinha e das guitarras e vozes do Dumke e do Marquinhos Bornholdt. John e Tom Fogerty, Stu Cook e Dough Clifford encarnados na musicalidade dos nossos meninos. Consigo ainda escutar “Born on the Bayou”, “Suzie Q, Travellin’ Band”, “Who’ll Stop the Raine Have You Ever Seen the Rain”, nas vozes do Marquinhos e do Dumke.

Pois em 2006, uma amiga, sabedora do meu fanatismo pelo Creedence, me disse: eles vão tocar na Promosul, em Tubarão. Eu, claro, duvidei, pois o John e o Tom Fogerty já tinham partido há muito tempo para o oriente eterno. Ela insistiu e comprou ingressos para mim e para a Albertina. No dia marcado, fomos. E lá estavam o baterista Doug e o contrabaixista Stu Cook, com Steve Gunner, John Tristao e Tal Morris, revivendo o Creedence. Em 1995, formaram o Revisited, para substituir o Revival. No início de novembro, por graça e obra de Sir Teophanes, fui vê-los de novo em Florianópolis. Os “velhinhos” estão cada vez melhores. Um showzaço.

Revivi Amsterdã. Revivi a Joinville dos meus 18 anos. Até escrevi um e-mail para o Pinga, meu irmão de juventude, para atiçar a memória dele e relembrarmos aqueles bons momentos vividos. Saudades da boa.

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