terça-feira, 9 de outubro de 2012
Roberto Busch
Ehrenmann do alemão, gentleman do inglês ou cavalheiro do português é o que se diz de uma pessoa dona de si, respeitosa consigo mesma e que se faz respeitar. Pessoa que, aos dizeres da linguagem popular, “teve berço” e que tem sua essência de vida baseada na educação, na gentileza e na sabedoria. Uma pessoa soberana, de bom caráter, com força interior para governar seus atos e regulada pela dignidade e pelo senso de liberdade próprio, além do respeito à liberdade dos outros. O Ehrenmann é baseado muito mais na moral do que no intelectual.
Do respeito a si mesmo faz com que derivem outros atributos naturais que não precisam ser forçados para aparecer, como o cuidado com sua própria pessoa, sua linguagem, suas maneiras. Tem altivez e luta pela preservação constante da honra e do amor-próprio.
Dificilmente, deixa abertura para sofrer censura, mas se censurado absorve e pensa sobre esta. Escuta mais do que fala, e quando fala, o faz com propriedade, porque só expõe sua opinião quando tem um mínimo domínio do assunto. “Não arrisca e nem petisca” como fazem as pessoas comuns que acham que podem discursar sobre tudo. É tratado com respeito, pois sempre está atento em manter as distâncias no relacionamento, em observar todos os matizes da educação convencional, respeitando a classe, a idade e a situação dos seus interlocutores. Sua polidez é uma atitude, uma marca pessoal.
Segundo o filósofo John Locke, “os homens são bons ou maus, úteis ou inúteis, graças a sua educação”. Afirmou, ainda, que estes devem ser educados para servir à sociedade em que vivem. Para encontrar seu lugar dentro dela e exercerem aí sua vocação. Dentro das afirmações de Locke, enquadro Roberto Busch, professor e amigo por 30 anos, no curso de engenharia civil da Udesc. Este encontrou o seu lugar na sociedade e com a sua vocação serviu a ela.
Joinville perdeu, com a sua ida para o Oriente Eterno, um dos seus Ehrenmanns, filho motivo de orgulho, ao qual deveria homenagear. Professor das nossas duas universidades, Udesc e Univille, deixou um legado pelo seu modo de ser, pela educação e por tudo que fez pelo serviço público de nossa cidade e do Estado.
Para quem teve o prazer de desfrutar de sua amizade e de seu convívio, sofreu uma grande perda, mas que fiquem para nós e para seus inúmeros alunos o exemplo e uma saudosa lembrança.
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