quinta-feira, 16 de maio de 2013
Mercados públicos em todos os bairros
Mercados públicos em todos os bairros, por Anselmo Fábio de Moraes*
As cidades crescem de fatos e feitos sonhados, vivenciados e realizados pelos seus cidadãos cotidianamente. Cada espaço é construído por ideias, sonhos, utopias e determinações cristalizados em realizações. Nestas criações estão os equipamentos urbanos comunitários, que atravessam os tempos e permitem determinar o sentido, a natureza e o modo de viver das pessoas em seus bairros e cidades.
Para mim, um desses equipamentos são os mercados públicos. Os espaços internos e externos desses centros de comércio sempre serviram, além do comercializar, como local para o encontro e o congraçamento dos moradores de uma região, agrupando, sintonizando e direcionando as forças que se entrelaçam nas conversas, nos olhares e no toques cotidianos.
Claro que a cidade não pode resistir ao novo, aos supermercados, aos shoppings, mas, na minha visão, deve resistir naquilo que é seu e que traz como capital adquirido: sua história, seu jeito de ser, suas atividades, suas diferenças, resumidamente, seu modo de viver.
Com o crescimento de Joinville, surgiram bairros populosos, com estrutura e vida própria, que formaram a cidade dispersa. As cidades brasileiras não costumam levar mercados públicos para estas novas aglomerações humanas, o que se traduz, na minha visão, numa perda muito grande da identidade da própria cidade, pois não criando estes espaços para a sua população, perde-se um local de congraçamento e de autoconhecimento, ou mesmo o sentido de vizinhança, característica dos bairros, membros pulsantes das cidades. Deixam de ter o que este equipamento pode oferecer aos cidadãos, em termos de entrelaçamento social e serviços coletivos, que melhoram a qualidade da vida urbana.
A criação de locais de comércio e encontro, em espaços atrativos e representativos, serve para a comunidade como elementos estruturantes socialmente, que orgulharão os moradores do bairro e os farão viver o ambiente com satisfação.
Como estamos rediscutindo a cidade, que tal recriar o nosso espaço urbano, valorizando cada bairro com seu mercado público, que servirá, não só de fixação de atividades econômicas compatíveis com o tecido residencial, imprescindíveis para a manutenção da economia, mas também da preservação da cultura e da história de cada local.
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