terça-feira, 9 de julho de 2013
MANIFESTAÇÕES
“E ai Gordurinha, que tal as manifestações? O povo nas ruas?”
“Pô Pirulito, como alguém já disse, não se engana todo mundo o tempo todo. O embuste está acabando. Até outro dia, alardeava-se que milhões tinham saído da linha de pobreza. Podia-se comprar carro sem imposto, casa, bolsa disto e daquilo, além do milagroso PAC. Empolgação pela copa e olimpíadas. Na ditadura tivemos o milagre econômico do governo Médici. Lembras? Havia o mesmo clima de ufanismo no governo e de euforia na população. Ninguém mais segura este país, era o slogan. O General Médici vangloriava-se do "milagre brasileiro" apontando-o como uma conquista do regime militar, assim como fazem hoje, os de esquerda em relação à economia. Porém, a fase de prosperidade tinha muito mais causas externas do que internas. Quando a situação econômica mundial mudou, o "milagre brasileiro” chegou ao fim e teve um custo social e econômico altíssimo para o Brasil. Parece que a história se repete e o povo está caindo na real. Milhões de insatisfeitos nas ruas, pois agora não temos o AI5 e a borracha da PM é mais macia que a do exército. Mas confesso que me veio à cabeça o Chaves com sua Revolução Bolivariana”.
“Pois Gordura. A não ser que o exército apoie o governo instalado e não duvido. Acho que vontade da esquerda, em tomar o poder de vez, não falta!”
“Pois então. Mas em 64 o exército teve o apoio do povo. Lembra do programa Ouro para o Brasil?” diz o Gordura.
“Claro, a mãe mandou eu levar dois anéis de ouro e colocar na urna lá na praça Nereu Ramos. E eu fui, com 12 anos, todo orgulhoso em ajudar”.
“Pois é. Hoje com esta roubalheira o ouro da dona Nilza não chegava na esquina! Me preocupa a falta de lideranças no movimento e, até onde consigo perceber, a falta de um objetivo claro. Lembra quando a gente ia caçar rolinha de schloida? Te dizia: mira em uma, pois se atirares a esmo vais matar a mais tola e fraquinha do bando.”
“Claro que lembro. Eu era ruim de mira e nunca acertava nada!”
“Então. Se o processo continuar só com a turba desfilando nas avenidas sem objetivo claro, a malta vai crescer e o movimento fugir do controle. Te pergunto: num crescente de vandalismo a coisa será manifestação ou terrorismo?”
“Acho que terrorismo.”
“Bom, daí o cassetete muda. Sai de cena o da PM e entra o do exército, pois é atribuição deste combater terrorismo. Para ser instalado um estado de exceção é um passo”.
“Gordura, tu és um craque em lógica”.
“Espero estar errado, mas sempre tenho comigo que entrar em briga é fácil. Difícil é sair com o sentimento de derrotado pois, isto, pode levar a atos extremos. Espero estar errado e que a democracia persista, senão vai sobrar para os mais tolos e fraquinhos!”
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