quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Viva a Gente

Aquela manhã de sexta-feira foi diferente. Fomos todos chamados ao pátio do Bonja (Colégio Bom Jesus) para assistir à apresentação de um coral de jovens alemães. 1967. O mês não lembro. O grupo veio ao Brasil e motivou jovens pelo país afora fazendo sucesso ao cantar e representar músicas proativas. Algumas os alemães cantaram com letras em Português. Naquela manhã, após a apresentação daqueles jovens, que empolgaram os joinvilenses ali reunidos, e de muitos destes terem aceitado o convite do grupo para subirem ao palco e cantarem juntos a música tema, nasceu o Viva a Gente Joinville. O grupo Sing Out Deutschland plantava aqui a sua semente que tinha como objetivo mobilizar a juventude sob o lema da “honestidade, pureza, altruísmo e amor”. “Viva a gente/ vocês poderão conhecer/ muito mais gente/ a melhor espécie de ser/ com mais gente a favor de gente/ em cada lar e nação/ haveria menos gente difícil e mais gente no coração.” As músicas cantadas e interpretadas pelo coral conclamavam ao trabalho de construção de um mundo melhor com respeito ao ser humano, ao próprio mundo e, ensinavam a conviver com a diversidade e com as diferenças. Falavam de responsabilidade, solidariedade e conclamavam os jovens à liderança com letras como: “faça de você alguém que vai decidir, pois nós aqui estamos juntos a construir”. Frases como: “água para quem tem sede, alento para quem tem dor”, levavam amor às pessoas, visando a construção de um mundo melhor. Não lembro como nos juntamos, mas lembro do Heron Pinga me convidando para irmos em um prédio, na Rua do Príncipe, onde a Biba ia ensiná-lo a tirar as músicas no violão. Eu não tocava nada, mas era parceiro. Daquele espaço, já com vários componentes, fomos ensaiar onde era a antiga fábrica da malharia Schmalz, na esquina da Alexandre Schlemm com a Rua São Paulo. O “Viva a Gente” Joinville apresentou-se em várias cidades, entre elas: Curitiba, Mafra e Tubarão com seus mais de 50 participantes e que, invariavelmente, eram aplaudidos de pé. O movimento/coral terminou no início dos anos 1970, quando grande parte de seus integrantes, assim como eu, partiram para outras cidades, em busca de seus cursos universitários, que ainda eram incipientes na nossa Joinville. Quando me encontro com alguns daqueles jovens, agora na sua maioria sessentões, conversamos com saudades e orgulho daqueles tempos e dos princípios do grupo que, sem dúvidas, foram levados pela grande maioria como base de vida.