quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sete de Setembro

Esta data sempre me reporta ao tempo do curso primário. Tinha orgulho de desfilar com o uniforme do Rui Barbosa pela avenida Getúlio Vargas, levando a bandeira do Brasil. As pessoas civicamente aplaudiam e a gente estufava o peito, pisava firme e ia em frente. Hoje sessentão, o encanto acabou, ainda mais, quando olho para este País afundado num mar de lama e barbaridades “republicanas”. Mensalões, aloprados, dinheiro em cueca, quebra de sigilos em instituições públicas sérias e tudo mais o que se tem visto.

Fico me perguntando sem conseguir respostas: o que mais será necessário acontecer para que um dia tenhamos líderes reconhecidamente honestos, trabalhadores e respeitáveis?

A decadência dos parâmetros éticos, peculiar nesta terra brasileira, e as relações de favor nos mostram um povo que ainda vive em um ínfimo processo de tomada de consciência, que nem ao menos serve para elevar seu nível de indignação. O que precisará acontecer para acabarmos com a despolitização e a descaracterização da prática política vigente?

Tenho assistido, persistente, ao programa eleitoral e vejo que poucos são aqueles que mostram o que verdadeiramente são e, agora, ainda temos candidatos que precisam de ventríloquo.

Como na Roma de César, o povo continua vivendo de pão e circo. Com tristeza, vejo que o nosso povo, com visão simplista e míope, ainda vota em quem lhe oferece comida, incentivando, assim, o sistema político vigente do coronelismo. Às vezes, me sinto o Joãozinho do passo certo. Todo mundo marcha para um lado e eu, para o outro. Entendo que para este País ser verdadeiramente independente é necessário que tenhamos capacidade de interpretar, refletir e julgar os fatos e os atos, livres de paixão e, digo com tristeza, pelo que se vê, ainda não temos.

Infelizmente, a nossa independência fundamentou-se no absolutismo e, como se sabe, vêm com ele a corrupção, a não-responsabilização, a exploração nos impostos e a concentração de poderes. O Brasil que comemora sua independência, a se manter o modelo político de coronelismo, continuará, por muitas gerações, um Estado absolutista. Apesar de as pesquisas mostrarem que o povo gosta deste estado, continuarei marchando no sentido contrário.

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