domingo, 7 de agosto de 2011

Por do sol

Outro dia, reclamava para um amigo que meu filho tinho ido morar na Austrália. Então ele, que perdeu um filho de 20 anos, me disse: reclamas do que? Podes pegar um avião a qualquer hora e ir lá dar um abraço nele. Demora mas chega!
E eu? Que digo eu que nunca mais verei o meu?
Peguei o avião e fui!
Com mochilas nas costas, mochileiro ou backpacker, como é denominado quem viaja desta maneira, fomos passar sete dias no norte daquele país, em Whitsundays, mais precisamente em Arlie Beach. A idéia era conhecer as barreiras de corais existentes naquela região.
Em um veleiro, espanhois, alemães, holandeses, ingleses e tres brasileiros, ficamos tres dias e duas noites no mar, curtindo o amanhecer, mergulhando durante o dia e apreciando o anoitecer. Confesso que mergulhar, para mim, foi o mais dificil, mas confesso, também, que a beleza daqueles corais e dos peixes existentes neles faz superar qualquer frio e medo que se possa ter.
Nos finais de tarde o barco parava na sombra de uma ilha, para evitar qualquer vento e de lancha íamos para a praia, onde sentavamos na areia e, maravilhados, curtíamos o por do sol.
Passamos momentos inesquecíveis juntos, eu, meu filho Diego e um amigo, Eduardo Gardenal, nascido em Bragança Paulista e que está por lá, também, fazendo a vida. Mais um dos “brasucas” que buscam esperanças e vida melhor em outras plagas.
A representação da imagem do sol se pondo no mar, abraçado ao Diego, foi emoção pura! Deixou minha alma preenchida, em estado de graça e absorvida por extrema calma.
Lembrei-me do meu amigo e da sua dor!
Lembrei-me de muitos amigos e de seus filhos!
Lembrei-me dos meus outros dois filhos!
Lembrei-me da Albertina e do significado da letra de uma das suas canções preferidas: Epitáfio dos Titãs. “Devia ter complicado menos; Trabalhado menos; Ter visto o sol se pôr”. “Devia ter me importado menos; Com problemas pequenos; Ter morrido de amor”.
Agradeci ao Grande Arquiteto do Universo por ter me proporcionado aqueles momentos e ao meu amigo que, da sua frase eivada de dor, me abriu os olhos para que eu pudesse ter o deleite de curtir o por do sol ao lado de meu filho!

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