terça-feira, 28 de junho de 2011

Liberdade de expressão

“A questionada e tão reprimida Marcha da Maconha é a evidência de como se interconectam os direitos constitucionais, todos merecedores do amparo do Estado. As autoridades, longe de transgredi-los, tinham que protegê-los, mostrando tolerância e respeito por quem está em espaço público pretendendo transmitir mensagem de abolicionismo penal”, afirmou Celso de Mello (Diário de Pernambuco.com.br).

O Gordurinha é demais. Dia destes, encontrei-o sorrindo. Estranhei, pois ultimamente só o encontro acabrunhado e reclamando das coisas que acontecem no Brasil de hoje. O que é que houve, Gordura, para estares tão radiante?

– Meu irmão, estou salvo. Eu já andava meio com medo de sair na rua. Manja a tal da síndrome do pânico? A minha sorte é que converso comigo mesmo e faço a catarse das neuras. Sabes como é, sou branco e heterossexual, e ainda por cima adepto da tradição, família e propriedade (TFP). E sabes, também, que se nos manifestamos, logo somos tachados de politicamente incorretos, racistas, homofóbicos ou neonazistas. Lembras daquela minha camiseta que tenho, escrito: “Hetero e 100% Ariano” e que nunca usei por medo de ser chamado de homofóbico e racista? Rapaz, agora vou poder usar!

– Estás louco, Gordura, vai dar rolo!

– Nada. Não vistes a resposta do Supremo ao pedido de liberação da Marcha da Maconha? O relator foi claro: defendeu que o Estado tem a obrigação de proteger a liberdade de expressão e que jamais deve interferir nesses direitos, garantidos pela Constituição. É livre a manifestação do pensamento sobre qualquer assunto. Foi taxativo: “Nada se revela mais nocivo e perigoso do que a pretensão do Estado de reprimir a liberdade de expressão, principalmente de ideias que a maioria repudia. O pensamento deve ser sempre livre”. Afirmou, também, que a polícia não tem o direito de intervir em reuniões pacíficas e lícitas em que não haja lesão ou perturbação da ordem pública. “Longe dos abusos que têm sido perpetrados pelo aparato policial, é preciso adotar medidas de proteção aos participantes, os resguardando das tentativas de oficiais e particulares de desmanchá-las.” Tu não achas que se serve para a “esquadrilha da fumaça”, serve, também, para todos os outros casos? Este ministro é o cara! Tirei a camiseta do armário e já pedi para a “nega” dar um trato, pois vou usá-la sem fobia!

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