terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Memórias

Quando menino, e lá se vai um bom tempo, no Bucarein não se viam muitos carros, mas ainda me lembro de alguns deles: DKW, Aero e Rural Willys, Simca Chambord e Morris Oxford, que o meu tio Niralci Sant’Anna tinha um, preto.

Em Joinville, não existiam shoppings. Somente lojas de rua. Os cinemas eram imensos (Colon e Palácio) e viviam cheios. A gente ouvia rádio, escutava LPs (long plays) rodados nas vitrolas e, acredite se puder, almoçávamos e jantávamos sem ter uma tela de computador ou TV, se intrometendo em nossas conversas. A TV apareceu em minha vida depois de 1960. Meu pai comprou uma Telespark. As produções engatinhavam, e a TV, de válvula, vivia na Oficina Eletrotécnica Rosa, dos primeiros que as consertavam e que ficava na rua Plácido Olímpio, quase esquina com a rua São Paulo.

Nós, que vivemos a infância nos anos 1950 e 1960, tínhamos, além da rua e dos livros, como opção de lazer e cultura, a leitura de revistas em quadrinhos, que chamávamos de gibis, e as matinês (filmes) de domingo à tarde em um dos dois cinemas da cidade.

Mas eu queria me focar nas revistas. Havia para todos os gostos e dos mais variados gêneros. Cavaleiro Negro, Zorro e Tonto (com seus cavalos Silver e Escoteiro), Randy Scott, Tarzan e Jane, Mandrake, Fantasma (o lobo Capeto e o cavalo Herói), Pato Donald, Mickey, Zé Carioca e Tio Patinhas.

Tinha três, além destas, que para mim eram especiais e que eram compradas pela minha mãe todos os meses. Diversões Escolares, Tico-tico e Os Sobrinhos do Capitão.

A primeira trazia a história de um ET que me fazia acreditar, já naquela época, em vida além do nosso planeta, com as histórias denominadas de “Um Saturnino Descobre a Terra”.

Na segunda, eu me deliciava com o trio mais famosos dos quadrinhos brasileiros: Reco-reco, Bolão e Azeitona.

Na terceira, os Sobrinhos do Capitão, Hans e Fritz, que eram duas “pestes”, viviam fazendo sacanagem, tendo como alvos principais a Mama Chucrutz, o capitão e o coronel. Adoravam roubar as tortas preparadas pela mama, que as colocava para esfriar na janela e faziam a culpa recair no guloso Capitão, que era agraciado pela mama com o rolo de macarrão.

Saturnino, Reco-reco, Bolão, Azeitona, Hans e Fritz fazem parte de minhas memórias de infância. Belas e agradáveis memórias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário