quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ônibus

Em 28/12/2011, a coluna “AN Portal”, de “A Notícia”, dizia: “O prefeito Carlito Merss (PT) mudou as regras do jogo que ele mesmo havia definido ao incluir a inflação de dezembro mais compensações (?) para chegar ao valor de R$ 2,75 na passagem de ônibus”. Em nota, as concessionárias afirmam que o reajuste abaixo do esperado impacta na rapidez da renovação da frota. Em proposta encaminhada à Prefeitura, pediram 14,2% de reajuste, o que elevaria o preço para R$ 2,91, abrangendo o custo do quilômetro rodado, quilometragem percorrida, a média de passageiros pagantes e o óleo diesel (itens inerentes à planilha de custo).

Lê-se no jornal que, a partir de 5 de janeiro de 2012, os usuários, em Joinville, vão pagar R$ 0,20 a mais para andar de ônibus e, segundo o chefe de gabinete da Prefeitura: “O reajuste foi um meio-termo entre o que menos impactava no bolso dos usuários e o que mais atendia à reivindicação das empresas”. Há certas afirmativas antagônicas que não entendo, por mais que eu me esforce.

Acredito que o administrador, ao contrário do ideólogo, tem a obrigação de mostrar a diferença clara entre realidade e convicção, fixando-se, a meu ver, na primeira. Todos sabem que o aumento da passagem de ônibus deve ser técnico e não político. Se bem me lembro, há dois anos, quando da mesma polêmica, a Prefeitura chegou a divulgar a planilha de custo, método utilizado em qualquer cidade estruturada e que sempre foi, inclusive em Joinville, donde se obtém o custo real da passagem.

Se nos focarmos na fala do chefe de gabinete, na história do “meio-termo”, e se as empresas têm razão, só se está empurrando o problema com a barriga, para resolver depois das eleições, o que vem de encontro à sua própria fala na reportagem: “O desgaste político foi calculado”. Parece-me que está se escondendo algo e entendo que nunca se deve esconder da população que a única solução adequada para o interesse geral dos cidadãos é aquela pautada na realidade.

Trata-se de uma convicção pela qual vale a pena lutar agora, pois, mais dia ou menos dia, terá que ser enfrentada sem se ter a preocupação com o “desgaste político”. A desgraça é que olhando para as decisões, numa perspectiva entre realidade e ilusão, parece que continuaremos, sempre, mais perto da última.

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