terça-feira, 1 de maio de 2012

Corrupção

*“Mais vale andar só do que mal acompanhado” é um ditado antigo que a gente escutava nas ruas do Bucarein, desde pequeno, quando os mais velhos queriam dizer para a gente se afastar de alguém que no entender deles não era boa companhia. Num destes finais de semana, várias pessoas, muito menos do que na verdade deveriam ser, saíram às ruas para protestar contra a corrupção no Brasil. E não é para menos. Os noticiários desses últimos anos, invariavelmente, colocam às nossas vistas e ouvidos casos e casos de políticos que têm se locupletado do erário ou de outros esquemas que os cargos lhes propiciam. E pior que, mesmo descobertos, não sofrem as consequências previstas em lei. Meu amigo Gordurinha filosofava e me dizia que isto se dá porque na política para se eleger, a pessoa está em um patamar, mas, para se manter eleito o patamar é outro. Aí nesta de ter que se manter, principalmente tendo conhecido e experimentado as benesses e as facilidades do poder é que se começa a entrar pelos meandros escabrosos e inconfessáveis da manutenção do status. Para se consolar e não sofrer demais com crise de consciência (se é que esta existe), o corrupto se apoia no “se eu não fizer, outro faz”. Não posso crer que a gente já nasça estruturado e orientado para a corrupção, como se fosse algo herdado geneticamente, ou seja, corruptos natos, pois acredito, piamente, que nós, brasileiros, em sua maioria e essência, somos sérios, honestos e trabalhadores. Pensando no que acontece, entendo que está faltando para nós um controle fiscal, frequente e sistemático, e que a gente não fique à mercê de saber dos atos de corrupção desta minoria indecente, quando algum parente, por ser contrariado, ou um jornalista, liberado, abra o bico. Não podemos ficar dependendo de dedos duros que botam a boca no trombone, mas sim, de um sistema de fiscalização funcional, claro e eficiente, que detecte a corrupção no nascedouro. Precisamos de vigilância como acontece nos países considerados honestos. “Enquanto a gente ficar neste estado de falta de fiscalização e de impunidade” emenda o Gordurinha vamos na onda dos políticos, ou seja – mais vale andar mal acompanhado do que só”.

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