quinta-feira, 28 de julho de 2011

Austrália

36 horas de viagem e estou na Austrália. A gente ouve muito falar dela e, como meu filho Diego, assim como muitos filhos de brasileiros que procuram um lugar melhor para fazer a vida, vive aqui, vim conferir. Segundo conta a história, a colonização da Austrália pelos ingleses começou com o objetivo de esvaziar as cadeias superlotadas da Inglaterra.

Com a independência dos Estados Unidos, ela teve que parar de mandar condenados para a América e começou a enviá-los para a nova terra conquistada. A primeira frota, com 11 embarcações e aproximadamente 1,3 mil pessoas, organizada para colonizar o continente, atracou em terras australianas em 18 de janeiro de 1788, e durou como colônia penal até 1868.

Sabe aquele ditado que a gente está cansado de ouvir? O Brasil é novo ainda! Cai por terra quando vejo um país com pouco mais de 200 anos de idade, ou seja, com menos da metade da idade do Brasil, teoricamente em níveis tecnológico e industrial semelhantes ao nosso, apresentar excelentes resultados, comparados internacionalmente, em relação à saúde, expectativa e qualidade de vida, desenvolvimento humano, educação pública e segurança. A Austrália está entre os países com melhores índices de desenvolvimento humano do mundo e suas cidades situam-se entre as melhores em termos de habitabilidade, oferta cultural, mobilidade, acessibilidade, ou seja, em qualidade de vida.

Sydney, a cidade em que estou e onde começou a Austrália, tem hoje em torno de 4,5 milhões de habitantes e me deixou impressionado pela beleza, estrutura e planejamento urbano. Uma cidade espalhada, arborizada, com edificações baixas e algumas áreas concentrando altos edifícios. Avenidas largas e trânsito fluindo fácil. Extensas áreas verdes em parques enormes. Transporte marítimo, trem, VLT, táxis, ônibus em suas faixas, ciclistas com capacetes obrigatórios, em ciclovias e calçadas amplas, fazem a acessibilidade e a mobilidade ficar muito fáceis.

Como diria meu amigo Gordurinha: um show. A pergunta que me corrói é: como um lugar que foi formado por prisioneiros deportados, em 200 anos construiu um país organizado, estruturado, sério e de belas cidades e nós, no Brasil, em 500, agraciados por Deus com uma terra maravilhosa e que tem de tudo, não conseguimos sair deste marasmo?

Um comentário:

  1. É falta de respeito do cidadão para com o cidadão.
    É a "industrialização" dos diplomas universitarios em detrimento dos técnicos.
    É o desprezo que os governantes têm pelos professores.
    É o esfacelamento da instituição policial.
    É a falta da velha "moral e cívica" nas escolas.
    É o aluno que agora pode botar o dedo na cara do professor.
    É a classe pobre que se vende por material de construção e "bolsa qualquer coisa"
    É a classe média que que não tem tempo de se manifestar por que esta correndo atrás de uma capacitação que nunca chega, de atender à uma indução ao consumo do que não necessita, à sucumbir à midia a querer aparentar mais do que pode ter e ao esforço hercúleo de formar seus filhos para sobreviver num futuro cada vez mais prometido como competitivo.

    Pois é, meu

    Nós não nos respeitamos como cidadãos.
    Nós não desejamos à coletividade o mesmo bem que desejamos aos nossos filhos ... e achamos isso normal.
    Enquanto nós não nos conscientizarmos que somos parte integrante da coletividade, e que nossas atitudes influenciam a qualidade de vida do grupo só encontraremos a civilidade fora de nossas fronteiras.

    Me perdoe se me estendi e se pareço pessimista.
    Só desejo vivenciar civilidade sem usar o passaporte.
    PS - a Australia é linda

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