sexta-feira, 2 de março de 2012

Dilson Bruske

“Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós. Mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas.” (Cora Coralina)

Não sei se quando a pessoa está ali deitada, por ter acabado de passar para outro plano, vê alguma coisa. No entanto, a gente que está se despedindo vê a quantidade de pessoas que ali estão. Sempre fico matutando sobre isto quando participo de um enterro e vejo pouca gente. Da a sensação de que a pessoa não fez o caminho certo na sua existência. Pela quantidade de pessoas que estiveram no passamento do Bruske, ele fez o caminho certo. Isto se confirma pelo número de amigos presentes e consternados por ele nos deixar assim de repente. Conhecia o Bruske desde os anos 1960, quando ele e o Xande, meu irmão, foram para Curitiba fazer cursinho pré-vestibular. O Xande fez eletrônica em Curitiba, e o Bruske foi para Piracicaba fazer agronomia na USP, a melhor escola do Brasil. Em 1971, nos encontramos em Piracicaba, eu chegando para fazer engenharia e ele, formado, voltando para Joinville. Na volta, mostrou-se um excelente articulador político e enveredou pelo serviço público, sendo presidente da Fundação 25 de Julho e, anos depois, secretário de Planejamento da nossa cidade.

Tive o prazer de conviver com ele na sua outra paixão, a de ser professor. Ajudamos a formar vários engenheiros civis, na Udesc. Tive, também, o desconforto de assinar o ato de sua aposentadoria. Antes lhe perguntei se tinha certeza de que queria parar de lecionar e ele foi categórico, precisava se dedicar à sua empresa. Imagino o grande vazio que deve estar existindo nos corações dos seus funcionários, desde os mais simples aos mais graduados. Quem conviveu com este grande joinvilense, que merece as maiores honrarias que a cidade pode lhe oferecer por tudo que fez por ela, jamais se esquecerá de seu bondoso coração, da sua inteligência, da sua irreverência e do seu poder de animar o ambiente em que se encontrava.

“Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha e não nos deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós.” (Charles Chaplin)

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