segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Catilina


Sou um apaixonado por história, apesar de não ser um expert. Acho a história generosa e esclarecedora, pois, relatando os fatos acontecidos, nos dá excelentes lições.

Como tenho 58 anos, vivo pouco mais de um terço da história de Joinville, mas o suficiente para conhecer muitas das pessoas que ajudaram a fazer esta cidade. Nestes 160 anos de existência, Joinville conheceu uma plêiade de gente excelsa que se dedicou a ela com zelo, honestidade, inteligência e muito trabalho.

Fatos como a junção de dois grupos opostos para assumir a Câmara de Vereadores e seus melhores cargos e o que diz na coluna “AN Portal”, com a jornalista Rosane Felthaus (7/1), sobre o aluguel de carros para os vereadores: “Desta vez, haverá um modelo especial, um Vectra 2.0, que será de uso exclusivo do presidente. O mimo significa um aumento de R$ 5,2 mil na conta”, me levam a crer que, infelizmente, parece que os nossos políticos atuais não conhecem a história das pessoas que fizeram desta uma cidade pujante e séria.

Cícero viveu em Roma, onde foi filósofo, político e orador de enormes recursos, entre 106 a.C. e 43 a.C. Foi considerado uma das mentes mais versáteis da Roma antiga. Ficou famoso, também, por uma série de discursos que fez contra Catilina, um político da pior espécie, que sonhava com o cargo de cônsul. Estes discursos ficaram celebrizados sob o nome de “Catilinárias”, que foram usadas por muito tempo como uma das principais formas de ensino de argumentação, em todo o mundo. Mas, na sua frase mais célebre, é interessante observar que preferiu utilizar termos dos mais comuns e antagônicos ao seu falar normal. Esta frase ele vociferou para mostrar sua indignação quanto atos espúrios do opositor: “Até quando, oh Catilina, abusarás da nossa paciência?”

É interessante como algumas frases históricas, por uma razão qualquer, ganham raízes na memória da gente e permanecem sempre atuais. Passam anos e mais anos e, pelo que se vê, nunca faltarão Catilinas de maior ou menor envergadura. Parece que nunca nos livraremos deles e o pior é que cada vez há menos Cíceros.

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