sexta-feira, 28 de maio de 2010

2050

Em 1960, Joinville tinha 55.352 habitantes na área urbana. Em 2009, mais de 400 mil. Infelizmente, pode-se comprovar facilmente que a cidade não se planejou nem se estruturou para este crescimento. Quem já trabalhou na Prefeitura sabe que tenta-se, sempre, dar respostas ao dia-a-dia, à premência da população.Nos últimos 40 anos, tem-se tentado resolver os problemas cotidianos, inerentes a este crescimento absurdo, sempre focado nos efeitos e não nas causas. Na engenharia, é básico: resolver os efeitos, sem solucionar as causas, não adianta; eles voltam. Estudá-las para antever os efeitos e não simplesmente reagir a estes, acredito que seja o caminho.Com todos os percalços que Joinville tem vivido, será que não está na hora de parar e pensar nas causas? Este modelo de reação aos problemas, de tapar as fissuras, já mostrou que não dá certo. Daí pergunto: se hoje é assim, como será em 2050?Entendo que não é fácil se desligar do dia em que se vive e se projetar no incerto, até porque não se imagina como será viver na época de tecnologia da informação, na nova sociedade do conhecimento. Acredito que sustentabilidade, em todos os sentidos, deve ser o objetivo.Água e resíduos, integração e mobilidade, equipamentos urbanos e produção de energia renovável. Temos que fazer um estudo e planejamento apolítico que ultrapasse gestões. Deixar legado inteligente para os vindouros. Forte, decisivo e respeitado!Praticar um exercício de futurismo sem presunção. Imaginar questionamentos e respondê-los. Perguntas de todos os tipos em relação ao viver na Joinville futura (educação, saúde, cultura, integração social, desenvolvimento) e respostas-bases para formatar uma estratégia da comunidade. Poderemos ser realmente de ponta.Joinville sempre foi mostrada como cidade-modelo. Mas isto não vale mais. A realidade até então latente e agora desnuda mostra o contrário. Não incorramos no mesmo erro! Estudando as causas que geram o status de hoje poderemos direcionar todos os vetores de qualidade para um objetivo comum: formular uma estratégia exequível para uma habitabilidade sustentável e saudável. “O que muda um lugar é sua gente. Se sua vida é boa, a cidade é boa” (Peter Hall, urbanista).

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