sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cachoeira

Se há imagem de rio poluído, a do Cachoeira é uma delas.Viramos as costas para ele há muitos anos. Entrou no esquecimento como o lixo que se esconde debaixo do tapete. Temos visto manifestações sobre a despoluição do rio em várias eleições e em umas, confesso, até acreditei. Mas as ações têm ficado somente nas boas intenções.A imagem negativa que o rio mostra leva os céticos a dizerem que dificilmente esta vai se inverter. Mas eu acredito que se possa ressuscitá-lo.A tarefa exige sensibilização, inovação cultural e técnica, análises lúcidas da situação atual do rio e suas tendências, projeto bem desenvolvido, continuado e persistente com implantação programada e articulada. Uma verdadeira parceria de todos: população, universidades, órgãos ambientais, instituições interessadas, sob a liderança da Prefeitura.A proposta que faço é que olhemos o nosso rio-patrimônio de frente. Cachoeira ressuscitado por todos. Sem estrelismos. Sem atropelo. Um projeto da cidade. Sem dono, mas com liderança e vontade política. Pensado e desenvolvido tecnicamente para ser irreversível, com custos suportáveis e tecnologia coerente, consistente e com sistemas de controles baseados em indicadores precisos.Sugiro ao nosso prefeito que determine um órgão gestor para a bacia hidrográfica do Cachoeira e que este órgão fique encarregado de definir as incógnitas inerentes ao problema: análise pormenorizada dos níveis, fontes e tipos de elementos poluentes; monitoramento da qualidade da água; avaliação das redes de saneamento e de águas pluviais; despejos ilegais; limpeza das margens e leitos e um projeto de educação ambiental.Como em qualquer problema, estudadas e definidas as incógnitas, resolvê-lo por meio de um projeto de engenharia requer que se defina o modelo de tratamento a ser utilizado, um cronograma físico e financeiro de implantação exequível e financiadores dos recursos.Se projetarmos despoluir 10% do rio por ano, em dez anos teremos eliminado esta chaga que insistimos em não ver ou em empurrar para debaixo do tapete.Deus quer, o homem sonha e a obra nasce! (Fernando Pessoa)

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