sexta-feira, 28 de maio de 2010

Biblioteca pública

Sábado, 16 de maio, antes das dez já esperava ela abrir. Funciona das 10 às 14 e das 16 às 21 horas. Ela, a Biblioteca Xavier Benguerel, da qual fiquei sócio de carteirinha, está a 100 metros de casa. Aos sábados, não vou à Universidade Politécnica da Catalunya, onde faço intercâmbio, programa Euro Brazilian Windows. Aqui tenho livros gerais, livros técnicos, todos os jornais, CDs e filmes, um setor exclusivo para as crianças e internet gratuita.Entro, sento no meu canto preferido, ligo o “parceiro” e vou direto no “A Notícia”. Primeiro, as notícias da cidade onde nasci. “As Caras de Joinville”, produzida por “AN”, é um jeito de contar a história da cidade. De mostrar a sua alma. Fiquei feliz. Enfocava a nossa biblioteca e a bibliotecária Jane, que não conheço, mas que admiro, só pelo lido. “Posso lhe ajudar?”.Quem precisa sabe o quão doce é escutar esta fala. “Te puedo ayudar?”Descreve ela suas três alegrias: socorrer quem não acha o livro desejado, contato com as crianças e conhecer leitores de todas as idades, classes sociais, raças e estilos. Que belo modo de ver a vida. Barcelona inaugurou em 10 de maio a 33“ biblioteca pública, igual a esta em que eu e pessoas de todas as idades, classe social, raça e estilo, passam grande parte das suas vidas.O que me doeu, na reportagem, foi a frase: “Aproveito para pedir a doação de livros que a biblioteca precisa e não pode comprar naquele momento”. Me vi triste nesta afirmação. Quanto custa disponibilizar o que de melhor existe em livros, periódicos, revistas e internet para a Rolf Colin? No meu entender, um ponto na tela orçamentária da cidade.Barcelona possui em torno de 1,6 milhões de habitantes, portanto, uma biblioteca pública para cada 50 mil. Nesta lógica, Joinville deveria ter dez bibliotecas. Claro que temos outros problemas: CEIs, escolas, pronto-atendimentos. Mas deveríamos cuidar bem da nossa única, há anos sem um upgrade, para que os joinvilenses se orgulhem e passem a usufruir de seus espaços. “No Egito, as bibliotecas são consideradas remédios da alma. Nelas se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras”, dizia Jacques-Bénigne Bossuet.

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