sexta-feira, 28 de maio de 2010

Liga de Sociedades

Terça feira à tarde era de Carnaval na Liga de Sociedades. O Carnaval de Joinville sempre foi o Carnaval de salão. Floresta e Alvorada, entre outros salões, faziam a alegria dos foliões. No entanto, para nós, do Centro expandido (dos bairros circundantes ao Centro), Carnaval era na Liga.Nós, jovens das décadas de 1960 e 1970, nas terças de Carnaval, à tarde, estávamos todos lá. Começava às 15 horas e ia até as 20 horas. Na chegada, a primeira visão: Martinóviski, o porteiro mais conhecido da cidade e por muitos anos. Passada a entrada, era se posicionar.A bandinha da Liga começava e as marchinhas deixavam todos em êxtase. “Tanto riso ó quanta alegria, mais de mil palhaços no salão...”, e sempre um gaiato emendava: tirando eu! As meninas e os namorados rapidamente começavam a dançar e a desfilar dando voltas no salão, rodando ao redor de um ponto imaginário. As meninas mais para o lado de fora e os namorados, antigos e os ali iniciados, mais para o meio do salão, onde a volta era mais lenta e mais longe dos olhares cuidadosos de mães e irmãos mais velhos.Os rapazes iam se aboletando ao redor do perímetro do círculo e ali ficavam trocando olhares com aquelas que lhes eram as favoritas. Uma, duas, três voltas e arriscavam um sorrisinho, para ver se eram correspondidos e para criar coragem e entrar no salão arriscando um pegar na mão da menina e participar do desfile no circuito. “Bandeira branca, amor, eu quero paz...”, e lá se iam até a bandinha parar para descansar. Todos saíam do salão. As meninas, para suas mesas, os que começavam a namorar, timidamente, ficavam juntos e os outros meninos voltavam para suas turmas.“Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é...”. Era a volta da bandinha e começava tudo de novo. Hoje é terça. Será que tem Carnaval na Liga? Será que os nossos jovens passarão por aquela experiência, de gerações, proporcionada pelo nosso Carnaval de salão? E você lembrou daquele tempo? Eu lembrei e, de certeza, senti saudades dos olhares, do pegar na mão e do rodar em volta do salão. “Este ano, não vai ser igual àquele que passou, eu não brinquei, você também não brincou. Aquela fantasia que eu...”

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