sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vestibular histórico

O “AN Portal” de 7 de abril dizia que procuradores entraram com ação que, aceita pela Justiça, pode postergar o vestibular da UFSC. “Cobra projetos do aterro da área; obras do sistema viário, isolamento acústico e das torres de transmissão, antes que gastem qualquer centavo destinado ao campus. Exigem a realização de audiências públicas e estudos socioeconômicos para a definição dos cursos.“A UFSC fará do campus um balão-de- ensaio para ‘colocar em teste’ um curso que sequer existe, o de engenharia da mobilidade, alega o MPF”. Jurei que não falaria mais nisto. No entanto, sou obrigado a dizer que os digníssimos procuradores estão extrapolando. A universidade tem autonomia didático-científica, administrativa e de gestão patrimonial, pela Constituição Federal, em seu artigo 207, e disto ela não pode abrir mão.Questionar o local nos cabe, pois foi comprado com dinheiro do município. A “bucha” que a UFSC recebeu pode e deve ser questionada. Os cursos, não! Se o projeto foi aprovado em todos os foros da universidade e aprovado pelo conselho universitário, não há o que se contestar. É condição básica da universidade o direito de definir seus programas e cursos. A autonomia didática e científica, dada por lei, confere plena liberdade de definir currículos, abrir e fechar cursos de graduação, de pós-graduação e de extensão.Entendo que o conselho universitário, representado por toda a sociedade, está atento ao que esta necessita e se a UFSC definiu este projeto é porque tem certeza que ele é bom e de futuro. Na verdade, é uma obrigação da universidade mudar os paradigmas e sair da mesmice, criando novos cursos, porque o mundo de hoje exige.Não é legítimo duvidar de novas ideias qualificando-as de balão-de- ensaio. Discutir a direção que o dedo aponta, é uma coisa. Discutir se a unha de quem aponta o dedo está suja é outra completamente diferente. Que se faça o vestibular e que se comecem as aulas, enquanto se discute o local de implantação definitivo. A Udesc há mais de 40 anos começou no Colégio Celso Ramos e, se não tivesse começado num local emprestado, não teria formado seus mais de três mil engenheiros, e com certeza a história de Joinville seria outra.

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