sexta-feira, 28 de maio de 2010

Funerárias

“Ninguém se entende no sistema funerário de Joinville. O ponto alto da confusão (..) aconteceu ontem à tarde” (“AN”, 4/7/2009).Lembrei da Marcenaria Ravache. Trabalhei como engenheiro por mais de 25 anos em Joinville. Cheguei recém-formado e de volta a minha cidade, em fevereiro de 1976, fui trabalhar na Emegê, empresa histórica, dos memoráveis Norberto Paul e Irineu Kienen. Esquadrias era Ravache.Tratava-se a compra com o Euclides e o Paulo; as soluções, com o Nascimento e Osni, e eu, sempre, pedia o Beno como colocador das aberturas e fechaduras nas casas e prédios onde trabalhava. Era sinônimo de qualidade. De janela abrindo suave. De portas fechando sem frestas. Não era preciso dar um pé-de-cabra de presente ao proprietário quando se entregava a obra.Ravache, também, era a funerária de Joinville. De muito tempo.Quando começou a história de mais funerárias, nos anos 1980, achei compreensível, afinal, Joinville havia tido um crescimento populacional absurdo e precisava ter mais ofertas do serviço. Fiquei triste quando a marcenaria histórica foi alijada do processo, pois se encerrou um ciclo de bons serviços prestados à cidade. Por licitação, ganharam as que aí estão.Pelo que acompanho, há em torno de 240 sepultamentos/mês. Dividido por quatro funerárias, 60 para cada. Quero dizer que sou contra o rodízio. Se uma funerária oferece alternativa, porque as outras não o fazem? É muito fácil ficar sentado, na sua semana de rodízio, esperando os clientes que virão de certeza e cobrar o tabelado.Se a cidade parou com o status quo existente e licitou mais empresas, tinha um motivo “louvável”: melhorar o serviço de ofertas e minimizar os custos para a população. Então não vejo lógica neste tal rodízio. As concessionárias ocupam o mesmo espaço público, cobram o mesmo preço e fazem o mesmo serviço. Poderiam ter deixado o Ravache, tradicional e que tinha qualidade.Portanto, imaginando que cada concessionária produz suas urnas e acessórios, a nova licitação deve estipular o preço máximo e as empresas estruturarem-se e venderem pelo mínimo que conseguirem, senão vira cartel. É legal? Livre mercado é a base da melhoria e da inovação. Incentivemos os capazes! Quem vai ganhar é a população. Não é este o objetivo?

3 comentários:

  1. Goste muito do seu relato. No ano de 77 fiz cursos no SENAC e ainda lembro que todos os dias passavamos lá! Tenho ainda hoje uma mesa redonda com 4 cadeiras feita por eles que adquiri quando terminei a faculdade em Curitiba no ano de 1987.

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  2. Show!!! Trabalhei lá por mais de 20 anos! Esses funcionarios ali comentados sempre foram um exemplo de prestatez!!!

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  3. Interessante! Postei no grupo Joinville e suas Histórias no Facebook

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