sexta-feira, 28 de maio de 2010

Oligarquia

“Forma de governo em que o poder está nas mãos de um pequeno grupo de indivíduos ou de poucas famílias” (Michaelis-UOL). Desde cedo, tenho convivido com críticas às oligarquias brasileiras, feitas por políticos que as abominavam, principalmente quando não tinham o poder. Apesar das críticas, vemos no País diversos exemplos de marido, mulher e filhos ocupando cargos públicos, eleitos pelo voto popular.Em Santa Catarina não é diferente, sendo que os que vociferavam ontem tentam hoje formar a sua, rasgando seus discursos. Presumem e, na maioria das vezes, conseguem que as pessoas votem na mulher ou no filho indicado. Não importa a capacidade, importa é manter a família no sistema, apesar de afirmarem que a vida de político é um sacrifício.Se o é, por que colocar seus entes amados, mulher ou filho, nesta vida? O sobrenome neste nosso Brasil contemporâneo é sinal de perenidade nos cargos, como são no regime de monarquia hereditária, ou seja, aquela em que, quando morto o soberano, o poder e o espólio se transmitem aos parentes hierarquizados.É como se o patriarca neste nosso regime replubicano falasse à mulher ou filho: “Como agora estou eleito para outro cargo, tens que ir para o sacrifício e aproveitar o espaço que deixei naquela vaga, que era minha. Transferirei para ti os meus votos, pelos meus inúmeros feitos e, principalmente, pelo teu sobrenome, que é, também, o meu”. Isto também acontece na música brasileira.Cantores de mérito enfiando por nossos ouvidos adentro, pela massificação da televisão e rádio, seus filhos sem méritos, por meio de programas populares que fazem a cabeça do nosso povão. Enquanto milhares de bons músicos ficam tocando pelos barzinhos da vida, sem terem sua arte reconhecida. O mesmo acontece com milhares de pessoas honestas e de bons costumes que nunca chegarão a assumir um cargo público, até porque, para candidatar-se a uma eleição, o mortal comum tem que ter o aval dos ínclitos caciques, que preferem mandar para o sacrifício do cargo eletivo um dos seus.Fico esperando que um estudioso do assunto me explique por que todas as pessoas e não só as pautadas na irreflexão votam nos ditos herdeiros políticos. Há muito tempo já decidi: se for parente, estou fora!

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